Alerta
Fundos de investimento em 2026: tendências em um cenário de juros elevados
Após um ciclo marcado por juros elevados e mudanças regulatórias relevantes, 2026 inaugura uma nova fase para a indústria de fundos no Brasil, com maior sofisticação e proximidade com o investidor final. Nossa prática de Fundos de Investimento levantou quatro tendências que devem moldar o mercado no próximo ano: consolidação do crédito privado e dos fundos alternativos, internacionalização e diversificação do investidor, democratização do acesso a fundos alternativos pelo varejo e possível abertura dos FIPs ao investidor não profissional.
Essas transformações trazem oportunidades, mas também exigem atenção redobrada à governança, transparência e adequação regulatória. Confira a análise abaixo.
Consolidação do crédito privado e dos fundos alternativos
O crédito privado se consolidou como protagonista na indústria de fundos, impulsionado pelo cenário de juros elevados e pela busca por retornos reais acima do CDI. Em 2025, os fundos de crédito privado registraram alta demanda, com destaque para os FIDCs, que oferecem exposição a recebíveis e operações estruturadas. Essa tendência deve se intensificar em 2026, com gestoras tradicionais criando verticais dedicadas ao segmento e operações de M&A fortalecendo players especializados.
Além disso, fundos alternativos como os de private equity e venture capital continuam atraindo capital, especialmente em setores de inovação, que . Essa expansão exige maior rigor na gestão de riscos e governança, já que estruturas mais complexas demandam transparência e compliance robusto.
Internacionalização e diversificação do investidor
A busca por proteção cambial e diversificação geográfica segue como tendência relevante. Investidores brasileiros ampliam sua exposição a ativos no exterior, enquanto gestores locais estruturam veículos fora do país para captar recursos globais. Essa estratégia é impulsionada por fatores como volatilidade política e econômica doméstica e pela consolidação de plataformas que facilitam o acesso a ativos internacionais.
Produtos híbridos, que combinam eficiência tributária e acesso global, ganham espaço, exigindo preparo jurídico e regulatório para atender às regras de marketing transfronteiriço e mitigação de riscos. Em um cenário eleitoral incerto, a tendência é de cautela, mas com oportunidades para quem busca diversificação estratégica.
Democratização do acesso a fundos alternativos pelo varejo
A flexibilização regulatória tem permitido que investidores de varejo acessem produtos antes restritos a qualificados, como FIDCs. Essa abertura amplia a conexão com a economia real, mas traz responsabilidades adicionais para gestores e reguladores: garantir transparência, educação financeira e mecanismos de proteção.
O movimento reforça a necessidade de práticas sólidas de governança e comunicação clara, para que a democratização ocorra de forma segura e sustentável
Possível abertura dos FIPs ao varejo
A atualização do Anexo IV da Resolução CVM 175 pode permitir que fundos de private equity e venture capital sejam acessados por investidores não profissionais. Caso confirmada, essa medida representará uma mudança estrutural, exigindo salvaguardas como formadores de mercado e regras específicas para garantir liquidez e proteção ao investidor.
Essa abertura amplia oportunidades, mas também impõe desafios regulatórios e operacionais que devem ser acompanhados de perto por gestores e investidores. A CVM sinaliza preocupação com mecanismos de segurança, como a contratação de terceiros para garantir liquidez, reforçando que a democratização precisa vir acompanhada de responsabilidade.
Nossa equipe multidisciplinar está preparada para atuar em todas essas frentes, oferecendo suporte estratégico e jurídico para estruturação de fundos, adequação regulatória e operações complexas. Para mais esclarecimentos sobre os temas, entre em contato com nossos sócios e advogados de Fundos de Investimento.
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